O Brasil depende quase exclusivamente da energia hidrelétrica. Com a escassez de chuva registrada nos últimos anos e a queda nos reservatórios, o custo da energia aumentou significativamente ao consumidor, já que houve necessidade de acionamento das termelétricas para suprir a queda na produção das hidrelétricas. A variação de preços é definida pelo sistema de bandeiras tarifárias, adotado em janeiro de 2015.
Desde 1º de fevereiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aplica o novo patamar da bandeira tarifária vermelha de R$ 3,00 por mês para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Anteriormente, a cobrança era de R$ 4,50. Contudo, apesar de pagar um pouco menos na conta de luz a partir deste mês, o brasileiro ainda está sujeito às oscilações da tarifa provocadas pelas variações no regime de chuvas.
A adoção de alternativas às hidrelétricas reduziria a variação no preço da energia provocada pela bandeira tarifária. Mais incentivo à energia eólica, hoje a matriz mais limpa disponível no Brasil, e redução nos entraves burocráticos para sua operação dariam mais segurança a consumidores e investidores. “Além do preço alto, a incerteza sobre quanto se vai pagar pela energia afugenta investidores. Em um momento de crise, é necessário atrair capital produtivo ao Brasil, e o investidor precisa ter segurança quanto ao seu investimento”, ressalta o CEO da Atlantic Energias Renováveis, José Roberto de Moraes.
“Nos próximos oito anos, a capacidade eólica instalada no Brasil deve chegar a 24 GW. Portanto, é urgente que se crie um planejamento objetivo para promover nossa eficiência energética”, completa.